6 de junho de 2012

Sonhos

O que são os sonhos se não a expressão dos nossos segredos mais bem guardados se esgueirando pelas frestas das portas que fechamos dentro de nós?

Um dos meus segredos resolveu transpor a porta hoje. Soltou-se feliz e mostrou-se com toda a sua força. Brincou comigo e me surpreendeu, mas o que ele não sabia é que eu mudei. Por isto ele ficou fraco e não teve outra alternativa a não ser se adaptar.

Arranjou-se de outra forma e me mostrou que eu agora estou mais forte.

28 de março de 2012

Cine Privê


Não gostei.

Primeiro, porque não gosto muito de contos, a não ser que sejam fenomenais, inspirados ou intrigantes. Estes não são. São bem escritos mas trazem um temática degradante e humilhante.

Miséria, relacionamentos distorcidos, uma infelicidade generalizada. Bom, em outro contexto, talvez.... Não ando muito adepta de coisas que me deixam deprê....

Além disso, não senti que tinha um contexto denunciador, de mostrar propositadamente uma realidade crua que precisa de atenção.

Acho mesmo que a intenção do autor era explorar este lado grotesco do ser humano, sobretudo nas faixas mais pobres da população onde as necessidades são muito maiores e direitos básicos não são atendidos. E ele consegue, com certeza, tirando uma ou outra frase que denuncia uma cultura mais apurada que o personagem supostamente tem.

Por fim, foi uma boa leitura, apesar de tudo. Saí da temática aristocrática britânica do seculo 19 (talvez por isso meu choque?) Também porque foi minha estréia no Clube de Leitura da Penguim/Companhia das Letras.

Recomendo para quem tem estômago forte. Levou 3 estrelas no Goodreads.

20 de março de 2012

Shame

Fui assistir Shame ontem, sozinha mesmo, no Estação Unibanco. Ainda bem... O filme é meio estranho, nenhum amigo meu ia gostar. Pesado... mas não te engloba. Por isso achei estranho. Normalmente os dramas me consomem. Eu choro e sofro junto com os personagens, mas não aconteceu com Shame. Sai do cinema sem saber se tinha gostado, e para falar a verdade ainda não defini se gostei ou não.

É um filme bem feito, com umas tomadas em ângulos pouco normais que eu achei incomodo, mas entendo que era necessário quebrar mesmo a normalidade. Li algumas criticas e percebi que me escaparam idéias que eu não entendi (ou talvez seja o modo de cada um interpretar), e que a falta de conexão com o espectador é proposital para demonstrar a falta de conexão do Brandon com os próprios sentimentos. Achei interessante a colocação, mas ainda assim não consegui achar o filme brilhante...

Sai do cinema desconectada. Vi Brandon e sua irmã Sissy suportando uma dor tremenda e extravasando de forma prejudicial, mas não consegui sentir a dor deles. Entendi, mas não senti.

Senti aliviada de reconhecer e suportar a minha própria dor... me senti normal... Talvez seja isso.

O filme é triste e pesado. Ninguém ali é feliz. Talvez Marianne. Alguma referência a Razão e Sensibilidade (Brandon e Marianne)? Não achei comentários na net. Vou continuar procurando. Curioso... Ninguém ali é feliz, as pessoas reagem, em comportamentos auto-destrutivos, não pensam, não questionam. Talvez Sissy... Mundo moderno? Talvez... Muitos talvez... Crítica? Talvez. Faltou alguém enfurnada em um iPhone. Mundo de pessoas solitárias. Será uma previsão de futuro? Não importa a dor que fizeram que os dois irmãos seguissem extremos. Importa que eles não conseguiam sair de si mesmos e se comunicar. Triste e real.

Vale a pena assistir se tiver Bia dose de disponibilidade para pensar a respeito depois. Não é diversão. Sendo assim, gostei!